Uma imagem de um olho mirando

Fake News & Companhia

Desinformação.

Como estamos próximos a uma eleição presidencial, gera muita preocupação a possibilidade da desinformação propagada pelos meios digitais influenciar os eleitores.

Pelo tom das discussões parece algo novo, nascido com as redes sociais, mas, de fato, as chamadas “fake news” são tão antigas quanto a humanidade. Já faziam parte das disputas políticas no Império Romano. César foi assassinado com a ajuda de Brutus porque corriam boatos de que queria se tornar rei dos romanos.

Movidas pela paixão política, religiosa, esportiva ou qualquer outra que seja, as pessoas tendem a acreditar no que querem e esquecem de averiguar os fatos. De passar pelo crivo da razão o que ouvem.

Desconfie do que vier em reforço de suas paixões.

Desinformação na Era Digital.

A principal diferença agora é que é enorme a facilidade para criar e propagar desinformação. É muito fácil criar um post falso e compartilhá-lo.

E, por outra tendência que nossa cultura ainda parece ter, as informações ruins ganham um destaque maior que as boas. Uma desgraça inventada, uma fofoca maldosa, um fato falso desabonador se espalham com mais facilidade que atos de compaixão, altruísmo ou honestidade verdadeiros.

Justo notar também que está mais fácil do que nunca checar uma notícia falsa. Uma busca com as ferramentas de pesquisa destrói a maior parte das notícias falsas. A outra parte, com um pouco mais de paciência, olhando-se fontes confiáveis, pode ser checada com muito mais facilidade do que antigamente.

Cheque cuidadosamente o que receber.

Segurança da Informação.

Além de todo o estrago que fazem por si mesmas, as fake news são muito utilizadas como chamariz de uma infinidade de golpes. Dos e-mails com vírus aos sequestros virtuais, todos costumam usar fatos falsos para atrair as vítimas.

A segurança da informação vai mais além do que somente proteger a informação. Faz parte de seu escopo conscientizar as pessoas sobre a importância da análise da informação que recebem.

Em termos gerais, previne contra o que vier de fontes desconhecidas, manda verificar muito bem a informação antes de aceitá-la. Para fontes conhecidas, propõe também prudência, recomenda o uso extensivo do senso crítico.

Nunca abandone sua capacidade de raciocinar.

Direito Digital.

A conscientização em segurança da informação também foca muito no comportamento ético dos usuários de sistemas de comunicação digital e na observância das regulamentações vigentes. A informação falsa traz consequências e há sanções legais aplicáveis.

Todo um ramo de aplicação do direito está se desenvolvendo para ajudar no uso adequado da tecnologia. O direito digital, com muitos pontos de contato com a segurança da informação, tem muito a dizer sobre a questão das consequências e sanções mencionadas.

A Internet não é um território onde as leis não se aplicam.

Educação.

A educação é uma solução muito boa para conter as fake news. Não que ela elimine seu surgimento, mas dificulta muito sua propagação.

Pela educação, com o desenvolvimento do senso crítico, se aprende a pensar por si mesmo e fica mais fácil reconhecer uma informação falsa.

A longo prazo, educar é o melhor caminho.

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Carlos A. I. Bernado

Sócio-Diretor da IT Secure Consulting

Imagem utilizada no artigo: banco de imagens pixabay.com